sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Ponto final da dor com laço de fita vermelha

O Gitti fez o convite e eu não resisti ao seu sorriso. Depois acabei percebendo que o que havia escrito fugia da temática. Com vocês, o gosto agridoce de um natal memorável.

...

Esperou ansiosamente por aquele instante. Foram meses sem contato algum, sem a possibilidade de transformar dolorosas reticências em um ponto final. A distância antes era a desculpa, a proximidade agora funcionava como aquela força dos ímãs que repele quando são iguais. Sim, iguais eles ansiavam pelo encontro, mas com forças contrárias. Talvez tenha sido isso que tornou o antigo pedido em algo possível.

Durante quase dois anos beberam da saliva e do desejo um do outro, respiraram carinhos, gozaram da cumplicidade e traçaram entrelinhas sobre planos futuros.

Tudo seguia na inconstante monotonia de altos e baixos até que ela pediu para que ele descesse na próxima estação. Alegou precisar de mais espaço, que necessitava escutar outras histórias ou então um dia cansaria da deles e o culparia. Suas malas não estavam próximas, ele decidiu então ir sem elas.

Ela continuou o caminho e entre paradas mais longas enviou telegramas, recebeu mensagens em código morse, ousou telefonar, mas não admitiu que lhe telefonasse. Assim como também não permitiu que sentassem ao seu lado no trem, sempre respondia que o dono do lugar logo voltaria.

Seguiu contando a mesma desculpa e apenas deixou alguém sentar ao seu lado em dias bucólicos que lhe pediam uma garrafa de vinho. Então admitia, mas nunca completamente, a saudade que sentia do dono do lugar.

Finalmente parou e desceu na estação em que ele havia ficado. No entanto, ele não estava mais por lá. Havia conhecido alguém que lhe acolhera por completo e não pedia espaço que excluísse, clamava pelo espaço que unia.

Ela tramou feitiços, mas perdeu o encanto no fim das palavras mágicas. Tentara uma reaproximação, uma reconquista, porém ele nunca fraquejou. Depois de meses de ressaca pelo silêncio ela pediu-lhe um presente de Natal. Um último encontro, sem qualquer intenção a não ser entregar parte da bagagem dele que ela havia guardado ao longo do caminho.

Ele hesitou, contudo acabou aceitando. Talvez pelo espírito natalino, talvez porque também desejasse aquele momento.

Ela chegou 20 minutos antes do previsto ao local. Desejou um dia ter aprendido a fumar, aquele momento pedia um cigarro, mas ela não fumava. Voltou alguns metros e pediu uma garrafa de água. A verdade é que a boca seca ansiava por tequila. Voltou ao lugar e sentou-se.

Pouco depois ele chegou. Trocaram palavras como o protocolo pedia. Ela entregou-lhe sua bagagem e alguns chaveiros que comprara ao longo do percurso. Ele preparava a despedida quando ela atropelou o cerimonial e resolveu dizê-lo o trivial que tanto quis entre os goles de ressentimento e a ressaca do silêncio.

- Já tem um tempo que eu quero te dizer algo…

Ele a censurou com os olhos e com a respiração.

- Calma. Sabe, auto-censura ou auto-controle como alguns preferem chamar é realmente algo poderoso (e perigoso!). Talvez meu maior descontrole seja segui-los agora.Minha teimosia em acompanhar o compasso do tempo atrasou bastante esse momento. Você, como poucas pessoas, sabe minha natural tendência a ser racionalmente irracional e irracionalmente racional.

Ele concordou com as sobrancelhas.

- Eu cometi um erro muito grande acreditando que o mundo estaria em stand by do momento que parti até meu retorno. Tenho sérias suspeitas de que isso seja fruto de um antigo sentimento chamado auto-suficiência.Nunca escondi meu “prazer” em dizer que eu bastava para mim mesma. Tenho vergonha dessas minhas atitudes exarcebadas de arrogância, prepotência e muito egoísmo que tive e infelizmente, vez por outra acabo repetindo. Tenho tentado aprender com meus erros e impedir que certos vícios os tornem presentes no meu dia-a-dia.

Ele mexeu os lábios, mas ela continuou.

- Eu queria te pedir desculpas por ter julgado certos atos como desprovidos de “amor-próprio”. Sinto vergonha pela ignorância de confundir “pequenos” gestos de amor cotidiano com submissão, por ter censurado tua persistência em querer o melhor para nós dois. Peço desculpas pela imaturidade emocional. Por não ter percebido como eu havia machucado, por ter continuado indiferente ao que estava acontecendo conosco. Eu tinha tanto medo de me entregar que desequilibrava os sentimentos e acabava sendo mais samurai que gueixa.

Ela vomitava as palavras num fôlego único.

- Bem, o que eu queria mesmo dizer era obrigada. Obrigada por ter permitido que eu fosse intensa e sentir coisas que a maioria das pessoas não sentem ou sequer desconfiam da existência; por ter me ensinado a grandeza do real significado do verbo amar… eh… Eu até ensaiei um outro discurso mas infelizmente para retribuir ao mais belo dos presentes não existem rimas com a métrica adequada;
Prosas lineraes com a sua inconstância;
Sinfonias que traduzam os diversos tons dessa “cadência” singular;
Equações que tragam à tona a precisão de nossos altos e baixos;
Receitas que consigam misturar temperos incompatíveis em algo tão delicioso... Simplesmente não tem preço.

Ele quis dizer-lhe algo, mas não soube medir as palavras. Ela beijou-lhe a testa e saiu sem sentir a si mesma, sem saber o que tinha prometido comprar para ceia quando saiu de casa dizendo que ia ao supermercado.

Romina Cácia

p.s. Imagem roubada daqui.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Vitrola

Dona do castelo




Nunca Mais




Bona nit!

s.o.s.

Ela precisava de algo mais... seja lá o que fosse, não conseguia encontrar. Tentou embriagar-se de algo que a deixasse mais sóbria e equilibrada. Redigiu mais um dos mails que nunca chegaram ao destinatário, nem habitaram a pasta de excluídos:

"Tá doendo muito e a fúria já perdeu lugar pro desespero.
Os olhos transbordam o peso da alma e o corpo começa a desconhecer o caminho da verticalidade.
O silêncio agride .
As mãos suplicam por palavras...
Não quero pertencer ao ermo, mas acho que perdi as chaves, errei o caminho, viciei no café e esqueci como voltar.
Os círculos não são piruetas.
O eleito é o almadiçoado.
A navalha acaricia, desnuda...
Sinto falta do veludo da tua pele que me acariciava.

da semp "

Apertou então o delete e pediu que o corpo "resetasse" as informações.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Mais um bilhete

Só pra te dizer o que você já sabe.


Sim, mais uma vez.


Sobra uma imensa falta.


Tenho saudades constantes e imensuráveis.


Inclusive do que sempre detestei.


Já não tenho a certeza de conhecer teu rosto( nem teu eu).


As lembranças costumam me trair.


Vivo em uma gangorra parabólica.


Freud talvez adoraria a oportunidade de tomar um café comigo.


O jogo continua e eu já não sei até onde devo e quero ir.


Ainda não te vi.


Tenho quase certeza que você já me fitou.


Como eu sei se meus olhos continuam sem exergar a ti?


Simples, meu corpo sente.





Romina Cácia

foto: http://sangha.blogs.sapo.pt/arquivo/840709.html

domingo, 26 de outubro de 2008

Saramaguiando




Saramago avisou sobre os nove meses... pena que esqueceu de lembrar sobre uma possível depressão pós-parto.

foto:http://coisasquetais.blogs.sapo.pt/2008/01


sábado, 25 de outubro de 2008

Tendências nada sutis ao suicídio...


Eu não tenho jeito mesmo. Por que é sempre preciso que eu sinta meu corpo pendendo para o lado contrário que eu gostaria para só assim acordar?
É mesmo necessário sentir a taquicardia para saber-se que está vivo e então ligar o sinal de alerta?
...
O perigo é necessário e tentador, mas mata sem piedade aqueles que não o apreciam como deveriam. Sinal de alerta não é nem cruz nem bote salva-vidas. É o meio do caminho. A escolha entre o tudo ou o (quase?)nada.
Romina Cácia

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Essas coisas...

Tem coisa pior que ficar com raiva por algo que você sabe que não vale a pena, mas tem todo o poder de mexer com você e te fazer sair, ou melhor, cair do salto?! Ai de mim!


Pior que parece que a tal bendita regra dos pequenos detalhes para a "verdadeira felicidade" também vale para o outro lado da moeda. Já reparou que são coisinhas insignificantes que geralmente tiram a gente do sério? Íncrivel como um pequeno golpe num fim de tarde acaba derrubando todos os outros bons momentos vividos ao longo do mesmo dia. Acho que fui melhor equipada para desastres que para pequenos combates diários...

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Ana e Malu, muito prazer!


Ainda com o cabelo molhado apertou a tecla número 4 e ligou para um de seus "preferidos". Malu só ficava atrás da casa da mãe(1) de Ana, da farmácia 24 horas(2) e da delicatessen preferida e ininterruptamente aberta também (era quase o supro-sumo da perfeição a bendita loja; tinha curativos para sapatos nada piedosos, vinhos apropriados para situações de emergência e chocolates com incrível poder terapêutico além de outros pecados gastronômicos)(3).


A "hierarquia" do telefone de Ana quase lhe deprimiu, mas a amiga lhe explicou com praticidade cada salto das teclas. Mãe é mãe e não se comenta mais nada. A farmácia era pra pedir o Engov, a delicatessen para pedir o que sempre inventa de faltar na casa de Ana e então, com tudo pronto, Malu tinha lugar para atender; chegar; tomar o Engov e deliciar-se com vinhos de bouquets memoráveis, mordiscar algo e ainda escutar as aventuras da amiga.


Era quinta-feira e Malu olhava para uma das paredes da sala.
- Oi!
-Malu, eu não tenho jeito!
-Ana, Ana... que danado tu aprontaste agora?
-Calma, morena. Até parece que você não me conhece,né?!
-Hum, sei... fala!
-Então, eu finalmente comecei de vez a academia.
-Mas você não tinha ido já na segunda?
- Bah, fui, fiz a matrícula e até fiz uma aulinha lá, mas não contou muito, sabe. Hoje fiz tudo direitinho e me diverti horrores.
-Legal, Nana. Agora fala o que foi que te divertiu tanto assim, que você sabe que não me engana.
Malu estava acostumada com as idas e vindas de Ana em quase todas as academias da cidade e decididamente algo deveria ter acontecido para amiga estar tão eufórica num lugar tão inóspito. A morena relutava constantemente contra os convites, cortesias e afins de academias. Ana rebatia dizendo que a amiga só fazia isso por desdém, já que era dona de um corpo bastante invejável e cultivado sem nenhum esforço( quer dizer, quase; afinal Pilates avançado não é para qualquer um).
-Ri de mim mesma e teorizei sobre a vida.
-Profundo! - deixou escapar com tom irônico.
-Malu! Aloha?! Sou eu, sai pra lá com esse azedume. Admita, você está mexendo em algo do Eduardo?
-Desculpa. É... ficou uma caixa aqui com algo dele no meio das minhas e eu acabei de me dar conta. Mas fale logo sobre suas descobertas e teorias.
-Ai, ai, ai... Então, hoje eu me empolguei e fiz duas aulas. Já até liguei para a farmácia pedindo um analgésico. Não quero nem imaginar como acordarei amanhã, mas... A primeira foi quase chata, era daquelas de ginástica localizada e como cheguei atrasada, tive que ir para frente da sala. Aff, foi quase como ser colocada no canto da sala na época da escola. Eu diria que foi pior! Senti-me humilhada: completamente flácida e ainda na frente?! Ai de mim!
Malu não estranhava mais o modo de falar sem freios de Ana e já não gastava tempo pedindo-lhe para manerar no ritmo. O drama então... era algo tão típico que se desaparecesse seria como ausência de sal na comida.
-Depois fiz aula de boxe. Deus meu! Espero nunca precisar entrar numa briga de verdade. Sou péssima e, definitivamente, coordenação motora e agilidade são coisas que não vieram no meu pacote genético.
- Nana...
Ana não deixou Malu terminar a frase.
- Eu já estava quase morta, mas ainda tinha a danada da musculação. Como cheguei mais tarde do que o habitual, outro instrutor me acompanhou. Outra mudança também foi que eu era única mulher em todos os aparelhos. Adooooro esses momentos. Experimento a glória e a decadência ao mesmo tempo. Sei lá... Sinto-me tão dona do pedaço e tão desinteressante pelo status baranga.
-Ana, você sabe que logo estará com tudo no lugar da maneira que tanto deseja, além do mais, de baranga você não tem nada.
-Malu, você fala isso porque é minha amiga. Então, estava eu lá no meio da série passada para o dia, quando me dei conta de quão eróticos são alguns aparelhos... Sei lá, deve ter sido tanta testosterona que acabou ajudando a levantar a libido. Mas eu juuuuuro que foi algo quase que por instinto, nem tava racionalizando muito... No meio desse meu desequilíbrio hormonal e mental vi que tinha um carinha suuuuuper interessante. Sabe, aquele cara que você sabe que jamais olhará para você, que sabe que é gostoso, finge que não sabe que você está olhando e ainda se atreve a olhar só para se divertir com nosso desespero inconsciente? Era um exemplar desses que tinha lá hoje. Pior, nossas séries sempre coincidiam e acabávamos em aparelhos próximos ou então de frente mesmo. Detalhe é a sensação de culpa sem nada ter feito. Quando eu fugia sempre acontecia algo e nossos olhares se encontravam. Numa dessas cruzadas indesejavelmente desejáveis desviei e dei de cara com um tal lá que me olhava descaradamente. Ele ficou quase sem graça. Saco que é o típico cara que sempre acaba aparecendo na minha vida... Acho isso tão monótono, mas admito que gostei de ser olhada, da troca de olhares fortuitos com o carinha que se achava e me diverti pensando se o que estava acontecendo comigo também não estaria acontecendo com o carinha conquistável na flexora. Ri, por dentro e por fora. Eu já nem me lembrava mais como essa coisa de olhares funcionava. Muito estranho. Ainda bem que o instrutor também era legal. Por falar nele, acho que tenho chances...
- Nana...
Malu fora novamente atropelada.
-Calma, antes que você me acuse não estou desesperada. Apenas ando apreciando o cardápio exposto em vestuário convidativo.
As duas então degustaram uma gargalhada sincronizada.
-Mas não se preocupe, não vou investir no instrutor não.
-Ana, só você para me fazer rir no meio dessa confusão.
-Ainda sem saber como arrumasr tudo?
Malu havia acabado de divorciar-se. Em decisão mútua a antiga morada fora vendida e foi feita a divisão do pagamento e dos bens.
-Sim, vivo entre caixas atualmente.
-Já vou! - gritou Ana.
-Quando você vai aprender que interfone no gancho não transmite som algum?
-No dia em que eu aprender a descomplicar e conseguir ver as coisas simples como meu nome. Hehe. Linda, tenho que ir. Meu jantar equilibrado caloricamente deve ter chegado. Vamos fazer assim: amanhã eu passo na sua casa para conversar mais e aproveito para te ajudar com a arrumação; além propor alguns toques na decoração.
-Perfeito. Mas você vai querer esse programa de índio em plena sexta?
-Ai, bobinha. Você sabe que não precisa de charminho. Até porque, o rótulo de dramática a mim cabe. Só me faça um favor, não toque mais em caixa alguma, principalmente nessa que tem sei lá o quê do Eduardo.
-Tentarei.
-Até amanhã.
-Tchau, Nana.
Romina Cácia

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Raios X

E parece que Lenine conseguiu traduzir o que nem eu suspeitava que andava a circular entre as sinapses por aqui adentro. Ganhei o cd de um amigo esse fim de semana e não consigo parar de pedir para repetir a faixa 8.

É o que me interessa

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Últimos suspiros...

Entre tantas essa é uma das minhas preferidas... Tirei enquanto perambulava por Londres. Tecnicamente ela não deve ser das mais perfeitas, eu admito. Entretanto, para moi é uma obra "irmã" da parte de mim que mais prezo e tenho medo de perder; da que mais admiro e tenho esquecido por aí...

Não se iludam pensando que é o peso da idade e uma tentativa de tentar rejuvenescer.

Eu apenas sinto um tantão de coisas e apesar do silêncio quase absoluto, a falta de palavras declara o que já foi dito e o que espero dizer...

Minha realidade é o colorido incolor entre as pausas da troca de um canal e outro... o amargo sabor da doce nostalgia que nunca provei; o balanço gravitacional formado por impulsos que nem a química orgânica de teus olhos consegue desvendar (apenas catalisar)... é a necessidade de algo nada exato, mas que sussurra o desejo de ser imediato.

Romina Cácia

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Sem comentários...


Ok, isso só pode ser, eu espero que seja, apenas mais um dos sintomas do meu maldito inferno astral, se é que ele existe ou simplesmente é um estado constante.

Ando precisando furiosamente conversar, mas ninguém parece estar disposto pra isso. Todos estão muito ocupados para pelo menos fingir que me escutam. Dá vontade de pagar alguém só pra me escutar. Sim, isso existe, chama-se psicólogo (perdão aos amigos da área). No entanto, toda vez que eu entro lá e me perguntam o que fui fazer lá... eu simplesmente não sei.

Tô de saco cheio, tô querendo esmurrar, gritar.. até ficar bem calminha. Simplesmente cansei dessa vida pateta.

E eu morro de vontade de escrever e fazerum zilhão de coisas aqui e agora, só que infelizmente até a rede tá ocupada demais pra isso... SACOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!

p.s. Faltam 7 dias, minha última quarta feira com 2.2 tá sendo uma droga, alguém percebeu?!

terça-feira, 7 de outubro de 2008

8


Faltam 8 dias...



...

p.s. Hoje é niver do meu mano mais novo, mais lindo, mais amado e querido de todo o meu coração. Com ele eu divido tranquila o mês. Pra quem dividiu até festas, né?! Tranquilo. =)

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Outubro



Outubro é o mês "certeiro". São os 31 dias mais conflitantes de todo o ano. É aquele que mais espero e mais tenho medo de ver chegar. Antes que o primeiro jogue a "pedra do meio do caminho", explico. Melhor, admito. Sim, esse é um conflito narcisístico entre todos os eus do inconstante reino do meu umbigo, hehe.

Faço aniversário neste adorável mês. O que seria simples para qualquer outro mortal, tranforma-se naquela imensa bola de neve tão típica do meu cotidiano.

As velinhas são sopradas bem na metade do mês, deixando assim, espaço suficiente para delimitar o princípio e o fim de cada uma das etapas correspondentes desse mês tão singular.

Em outubro eu tenho exatamente os últimos 14 dias do meu ano e os primeiros 17 dias do "ano novo". Não estou ficando louca, pelo menos não mais que sou.

Sempre esperei com toda ansiedade desse mundo pelo bendito "10" entre o dia e o ano na data escrita do lado direito do caderno, mas nos últimos anos o significado tem sido acrescentado por uma crise a mais: a crise do 15º dia do mês.

Eu sinto uma necessidade imensa de aproveitar "meus últimos dias". Bate aquele desespero de fazer tudo que não consegui fazer nos outros tantos do resto do ano que termina e ao mesmo tempo transborda aquela expectativa de novos desejos a serem construídos; força para solidificar o que anda querendo desmoronar e coragem para deixar cair "muros e grades" que me impedem de enxergar além...

Pensando bem, apesar da TPM, da crise pelo final do curso, do inferno astral e de todas as outras incertezas que andam rondando por essas bandas, outubro é um mês especial. Feito sob medida para mim, com 14 dias pra ansiar, 1 dia pra comemorar, 16 dias pra (re)começar e sobretudo: um lindo abre alas de um ano feito exclusivamente para que eu possa VIVER, com a plenitude que me for concedida temperada com a minha constância inconstante de ser eu mesma.

Romina Cácia

p.s. Perdão pelo egoísmo, hehe. São apenas sintomas do mês de outubro
p.s.2. Curiosidade inútil: tenho aniversariantes no orkut diariamente desde o dia 6 até o dia 31, no entanto, dia 15 não tem ninguém. Apesar de conhecer outras várias que sopram velinhas nesse dia, sinto-me tão dono do 15º dia.
p.s.3. Imagem roubada daqui:http://solsticiodeinvierno.blogspot.com/2007/11/october-project-october-project-october.html
p.s.4. A contagem regressiva já começou: faltam 9 dias...

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Pra não dizer que não falei das flores...

... ou não escrevi no mês de setembro!
Bem, infelizmente cá não vem mais uma das minhas "histórias mirabolantes" ou relatos de encontros fortuitos com minha imaginação. Escrevo apenas para avisar que ainda resPiro. Em compassos e em ares diferentes de outrora, mas vou levando...

Tenho sofrido de um bloqueio mental nada oportuno, talvez seja greve de mim mesma, "motim" organizado pelos meus outros "eus" que cansaram da atitude dos últimos meses. Para alguns estou saindo da reabilitação, para outros o processo começa agora. Sei que apesar do sumiço tenho "tentado tentar" não desaparecer do protagonismo do meu dia-a-dia. Apesar do quase pleonasmo, o eufemismo da situação aqui descrita foi leve.

Com o perdão do clichê, as batalhas diárias não decidiram me abandonar. Nada tem sido leve, nem a dor, nem o sorriso. Mas eu resolvi atrever-me a tentar... sem censuras para o inesquecível. Levando a vida na ponta do pé (com excesso ou não de "bagagem") e com cicatrizes, gargalhadas, sonhos, imaginação; enfim, piruetas de estados emocionais distintos que são meus verdadeiros marcos geográficos.

Romina Cácia

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

27s



Se você por acaso visita este humilde lar cor-de-rosa de vez em quando, já deve ter percebido que entre todos os meus sumiços uma data é sempre presente; sim, 27s são especiais. São dias que sempre foram, são e serão temperados com especiarias distintas; algumas mais doces, outras com toques picantes ou ainda com a carência de sabor.


O mundo insiste em dar voltas que raramente acompanham meu compasso, mas... e daí?! Nesses últimos dias tenho a sensação de ter saído de um estado de coma. Tudo parece estranho, de verdade. Às vezes tenho a sensação de que fui retirada de minha própria vida, congelada, algo assim... Apesar de consciente do poder de Chronos, eu insistia em querer que minha vida continuasse de acordo com a pausa do controle remoto que foi apertada ao mesmo tempo em que meu primeiro vôo decolou.


"Behind every beautiful face there´s been some kind of pain"


Sim, sei que sou teimosa e irracionalmente racional( ou seria racionalmente irracional?). Entretanto, acredito que essa foi minha louca estratégia para defender-me de mim mesma; afinal minha maior viagem ao longo dos passados 11 meses foi (re)conhecer o mundo rominicaciano. Posso garantir que foram trilhas surpreendentes: sou mais fraca e forte do que eu imaginava ser.


Além disso, possuo uma qualidade em comum com a Liliana. Infelizmente não são seus belos olhos verdes ;) A verdade é que somos intensas, em tudo que fazemos, sentimos... somos intensas com toda a plenitude que um ser possa esbanjar e transpirar pelos poros, por neurônio...


Minha intensidade às vezes é confundida com sintomas de espontaneidade, embriaguez, loucura, fra(n)queza, irracionalidade e um cardápio variado de acordo com os olhos do espectador=)


O preço disso tudo é muito simples: sentimos coisas que a maioria das pessoas não sentem ou sequer desconfiam de sua existência. Conhecemos o "supra-sumo" das delícias do cotidiano e somos fortemente torturadas na tristeza.


"En el lugar más obscuro
de mi espíritu, se refleja
aun viva tu imagen y conoce
tu carne, tu vida y tu fuerza
tu noche, tu espacio, tu mente"


Este post é mais um dos "comemorativos" sobre o vigésimo sétimo dia do mês. Com tempero adverso aos anteriores, porém não ausente. E como não poderia deixar de ser, intenso.


Escrevo para agradecer a quem me transformou numa mulher de verdade ao ensinar-me a grandeza do real significado do verbo amar.
Infelizmente para retribuir ao mais belo dos presentes
não existem rimas com a métrica adequada;
prosas lineares com sua inconstância;
sinfonias que traduzam os diversos tons da nossa "cadência" singular;
equações que tragam à tona a precisão de nossos altos e baixos;
receitas que consigam misturar temperos incompatíveis em algo tão delicioso...
Simplesmente não tem preço.







Entre ruas traçamos entrelinhas que desconhecem o protocolo, prazos de validade ou qualquer outra regra que impeça a renovação de sentimentos bobos que te fazem rir do nada, suspirar numa "viagem" entre bairros, fazer a umidade do corpo "transbordar"ou xigar o relógio inquieto; independentemente de status, leis da física ou de atração.


"O amor é o ridículo da vida. A gente procura nele uma pureza impossível, uma pureza que está sempre se pondo, indo embora. A vida veio e me levou com ela. Sorte é se abandonar e aceitar essa vaga idéia de paraíso que nos persegue, bonita e breve, como as borboletas que só vivem 24 horas. Morrer não dói."

Romina Cácia

p.s. Citações emprestadas de Bob Dylan, Juanes e Cazuza.

p.s.1. O fragmento do youtube é do filme If Only

p.s.2. O blog de onde roubei a imagem vale a pena ser visitado.


domingo, 27 de julho de 2008

eu x vc

te fiz poesia, música, desenhei sua alma, coloquei tua essência em frascos, busquei teus temperos, embriaguei-me de você. Se eu te fizer silêncio então você me salva dessa ressaca ?

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Se ao menos você me deixasse gritar...

E que o mundo exploda! É tanto mesmo que já não cabe aqui dentro. Odeio censura interna e isso tá começando a me matar.

Não tá dando mais pra segurar....

[Sim, a partir de hoje meu codinome é Maura e eu tenho um amigo a quem chamo carinhosamente por Nando; ) ]

... tAnTo...

Sobre julho...

Bem, a desculpa inicial para o sumiço de julho seria dar uns pulinhos pelo velho continente e trazer o bom bom e velho excesso de bagagem de inspiração. Infelizmente alguns eventos não programados aconteceram e fizeram dessa pessoa um ser mais confuso que a versão original. Não vou prometer nada, mas eu só aviso que apesar do sumiço, este blog não foi abandonado.

sábado, 28 de junho de 2008

Noites de junho...

Então, de vez em quando eu lembro que esse mês é de festa. Principalmente se você mora na Paraíba. Enquanto ainda vivia na terra de Iracema, o mês se resumia a festa do colégio e só. O susto foi grande quando descobri a imensidão da comemoração. Para encurtar mais a história e apenas deixar o gosto de nostalgia por aí, além da saudade, óbvia...

Tava olhando as joaninhas da ladybug e lá no final do último post, descobri uma voz preciosa para encantar minhas últimas noites de junho. A Nosphie achou na Ticcia e agora eu passo pra vocês.

Com vocês, um gaúcho cantando um poema de um "gajo" ali...


Imagem roubada daqui: http://www1.folha.uol.com.br/folha/turismo/images/20031117-sao_joao.jpg

Achados... pelo acaso!

Precisa me conhecer muito pra saber o que primeiro me chamou atenção nesse livro?

Estava fazendo hora numa banca de revistas. Teria que esperar ainda duas horas para embarcar. Tentei resistir, olhei outros, criei desculpas... mas acabei comprando, pelo impulso, pela gula de querer sempre mais um (chocolate ou livro, hehe).


Comecei a ler e simplesmente não consegui parar mais. Apesar do "fardo" de ser "traça", há algum tempo não lia algo de uma vez ,sem pausas para respirar. Como tem na sinopse, tão viciante como chocolate=)

  • Sinopse

Há mais de 60 anos, Adrian Troadec viu uma garota sair de um conservatório. Duas guerras mundiais depois, ainda funciona a fábrica de chocolate que ele abriu para conquistá-la. Entre dois continentes, partidas de xadrez e notas de violino, Sabor a chocolate é uma sinfonia incompleta de amor e sonhos. Uma novela tão intensa e viciante como o melhor chocolate.

Mais informações e críticas: http://www.puntodelectura.com/minisites/saborchocolate

sexta-feira, 27 de junho de 2008

27 de junho


Como separar lágrimas e chuva ?



ou o que escorre pelo meu rosto quando estou debaixo do chuveiro?



Quantas voltas num terço indicam desespero?



Hoje te busquei enquanto observava os movimentos da lua...



Desde quando ainda estava à esquerda da minha janela

Romina Cácia

Imagem roubada daqui: http://ladoluna.blogspot.com/

domingo, 22 de junho de 2008

Minha primeira fita


Mixwit

Achei tão bonitinho que não resisti e aderi à moda da fitinha...

Essa é a primeira, um teste por assim dizer. Dá pra brincar com a idéia e é fácil. Clica em make a mix e faz a tua. Ah, você pode colocar artistas diversos e... não vou estragar as surpresas. Vá e divirta-se com o gosto da nostalgia em sinfonia 2.0( seja lá o que for isso, né, Ricardo!?)

sábado, 21 de junho de 2008

Bom dia


Eu nunca te enganei, você sempre esteve ciente sobre o meu fascínio pelo amanhecer. Não é vontade de ser diferente, não adianta, eu acabo sempre escorregando por erros já cometidos.

Mas o amanhecer é belo, dá preguiça e coragem. Para mim é mais romântico que a sua despedida. O céu vai clareando, o dia vai dando sinais de boas vindas e é como se tentassem imitar a gente.

Porque nós somos o amanhecer.

O pôr-do-dol ainda que belo é triste para mim. Você vai me chamar de sei la o quê , mas a despedida do sol me dá medo. Porque eu tenho medo de ter que me despedir de você. Por isso prefiro ignorar o momento em que ele se vai.

O amanhecer me traz calma, é perfeito para ser contemplado. É exatamente como estávamos até antes de nos conhecer… assim… escuro, com preocupações saltitantes brilhando em formas de estrelas. Então a gente se esbarrou e não é que tudo que era chato, entediante, nos preocupava, tirava do sério ou entristecia foi embora.

Continua tudo lá, do mesmo jeito. A diferença, é que a medida que nos aproximamos assim como o sol flerta com a Terra, tudo fica igualmente claro. E eu passo a ter menos medo e você sorri com mais frequencia. Pois a gente sabe que tá recomeçando,assim como o dia… E eu adoro quando o sol vai batendo de mansinho na água do mar e se mistura com os tons diversos do céu naquela ingenuidade de conseguir imitar a cor dos teus olhos. É divertido presenciar essa tentativa diária de repetição impossível.

É por isso que é difícil dormir antes do sol levantar de vez. Cada vez que ele surge eu lembro de todas as vezes que resurgimos como fênix, flor de lótus ou o que seja. E tudo se tranforma em homenagem quase diária a nós dois. E eu juro, se também não fosse tão belo te observar agora dormindo eu até te acordaria hoje para te mostrar esse espetáculo em nossa homenagem.

Por isso que eu resolvi te escrever esse bilhete, para que o resultado da mescla te fosse mais real. Só que eu admito que no meio do caminho me perdi velando teu sono. Então para tentar me redimir comecei a escrever essas linhas sem noção… mas você resolveu me olhar e dizer bom dia e eu já nem lembro mais quais cores a paleta tinha hoje.


Romina Cácia

Imagem roubada daqui: http://nossomocambique.blogs.sapo.pt/arquivo/572176.html

Lá e cá...


Em casa aprendi a:
  • Fazer o teste na roupa para saber se ela solta ou não tinta
  • Acreditar em meus sonhos
  • Cozinhar sem manuais
  • Admitir que sou gulosa com sentimentos e comidas
  • Beijar a mão de quem beija a minha
  • Escutar Beatles, Nelson Gonçalves, Jessé, Elis e cia
  • Ser espontânea
  • Ter fé
  • Colecionar histórias
  • Tentar
  • Não misturar arroz com macarrão
  • Olhar prazos de validade e quantidades
  • Aceitar que todo sacrifício traz consigo recompensa

Longe de casa fui ensinada a :

  • Fazer um manual para proteger-me de mim mesma
  • Não acumular pilha de roupa suja, seja do vestuário ou da vida
  • Eliminar a imagem de autosuficiência que tinha de mim mesma
  • Admitir que amor real não consegue virar platônico
  • Agarrar-me com fé aos momentos que já me faltavam forças
  • Escutar Nina Simone, Gothan Project, Josh Groban e outros mais
  • Ser paciente ou pelo menos fingir
  • Planejar o "milagre econômico" de cada mês
  • Cortar e limpar um frango inteiro
  • Valorizar o que sempre me foi tão óbvio e invisível
  • Trabalhar com histórias colecionadas e ter coragem de expor outras novas por aí(aqui)
  • Usar aspirador e não vassoura
  • Escutar mais

Romina Cácia

Imagen roubada daqui: http://copasevalentes.blogspot.com/2005/08/para-quem-nunca-pensou-muito-sobre.html

sexta-feira, 20 de junho de 2008

O estorvo da lucidez


Era no mínimo curiosa a sua singularidade logo percebida por qualquer um que adentrasse o recinto. Por mais que se vestisse aleatoriamente como os demais presentes, transbordava a eloqüência do seu silêncio. Era invisível e tão presente...


Pouco falou durante a noite.


Dedicou-se a observar. E a ser observado, é claro. Tentava não ser notado, entretanto, quanto mais se escondia, mais concreta transformava-se sua presença.


Como naquele filme de Buñuel, sem razão alguma ficamos onde havíamos nos reunido. As luzes foram apagadas e todos supostamente ali tomaram um breve descanso.


Era claro que jamais conseguiria adentrar o reino de Morfeu naquela posição, no entanto, o fez. O estado vegetativo era abruptamente interrompido por espasmos quase esquizofrêmicos.


Enquanto todos ainda oscilavam entre estágios diferentes do sono, levantou-se e seguiu caminho enfrentando o labirinto formado por corpos e móveis.


Sentou-se.


Pôs suas armas sobre a mesa e começou a destilar seu veneno.


As idéias lhe haviam incomodado durante a noite. Tinha a necessidade de escrever e se livrar de tudo que lhe roubava o pensamento.


Preencheu intermináveis páginas e comprovou sua teoria lançada na noite passada que até então eu duvidava.


"Escritores nada têm de generosos. São seres extremamente egoístas que fazem uso da palavra para exorcizar a alma. Generosos, sois vós, leitores que insistem em dar sentido ao escárnio de mim mesmo."
Romina Cácia

Vícios nada anônimos




  • Dedos inquietos

  • Atacar algo recém-comprado antes de chegar ao destino final

  • Mentir com a desculpa da imaginação

  • Desconhecer as machetes dos jornais

  • Viver em um mundo paralelo

  • Esquecer do protocolo e do que gostaria de contar desesperadamente

  • Dançar com melodias inconscientes e próprias

  • Acreditar em contos de fadas na vida real

  • Esquivar-se da lógica

  • Ignorar regras da amada língua portuguesa

  • Esperar ansiosamente, toda sexta, o encontro com três caras que sabem de sua existência, mas que todavia não sabem quem é

  • Porres de nostalgia

  • Experimentos culinários

  • Rosto rubro

  • Piadas sem graça

  • Ver todos os programas favoritos disponíveis no youtube de uma vez até enjoar

  • Chocólotra

  • Pés sempre em alguma posição do ballet, nunca paralelos(ainda que se defenda dizendo ser herança da dança, a verdade é que tem pés de pato)

  • Senso de humor discutível

  • Insensatez com as palavras

  • Apreciar bebidas com v (leia-se vodka e vinho)

  • Bipolaridade

  • Intensidade

  • Ingenuidade

  • Despejar sobre o rosto o supra sumo da vida facilmente ao ter o coração atingido

  • Esperança

  • Construir castelos de sonhos

  • Infantil com sorrisos, mas sem a coragem da ausência de medos

Romina Cácia

Imagem retirada daqui: http://buritypinturas.blogspot.com/2008/03/srie-seres-vazios-vcios.html

terça-feira, 17 de junho de 2008

Musicaos

Hoy te pensé, te extrañé, Añoré sentir tu mano sobre mi piel Y mi alma.

Hoy, desperté, te busqué
Me hizo falta estar contigo.
Quise rozar tu mirada.
Hoy sin querer,
Te miré, ví tu foto
Y me transporté,
Al calor de tus besos
Y te acaricié,
Te tomé, te llené,
Paso a paso cada espacio.
Pude esquivar, la contrariedad
Tu alma sabe.
Mientras viajas por tu adversidad,
Mientras vuelo sin poder asimilar
Que detrás de cada límite
Estoy siempre seguro que
Más halla de toda lógica
Salgo a toda reconciliación,
Y detrás de cada límite estoy.
Hoy desperté, te busqué.
Me hizo falta estar contigo,
Hoy.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Primeira pessoa do plural

E como sempre eu nunca sei onde está o que preciso no momento exato que procuro. É de praxe. O desespero bate e eu faço promessas. Repito que tentarei ser mais organizada, proponho mentalmente em milésimos de segundos que logo apagarei da memória um sistema que garanta a ordem de tudo. Justamente hoje, afinal o dia da agonia presente é sempre o pior. Se já passou, já foi, não dói mais… Entretanto agora é sempre pior.

Olho o relógio e prevejo mais um atraso. Diferente seria se isso não acontecesse. Não seria eu, como você mesmo diz. Mas eu juro que hoje comecei o ritual mais cedo. Cronometrei meus passos. O problema foi que no “pulo do gato” abri a gaveta.

A desculpa seria a procura de um dos meus anéis preferidos. Como vivo entre os momentos que estou com ele em minha mão direita e os outros tais que o perco, nada era novidade.

No entanto, apesar do caos em meu quarto, eu sabia que ele jamais estaria por ali. A terceira gaveta do lado esquerdo tem vida própria e dificilmente acolheria minha prenda.



Caí na tentação de abri-la.

Encontrei:
  • Sorrisos diluídos em 10x15
  • Guardanapos timbrados com lábios rubros
  • Melodias que provocam aquele gostoso e às vezes doloroso “musicaos” aqui dentro
  • Prosas poéticas
  • Psicotrópicos de desejo
  • Cartões de uma visita permanente
  • Diários de bordo do cotidiano
  • Amostras grátis de respeito
  • Excesso de bagagem que garantem a leveza do espírito
  • A antologia incompleta de teus beijos
  • Gradientes de paixão
  • A frangrância que me faz suspirar e desejar perder o equilíbrio
  • Manuais nada secretos sobre elementos essenciais dessa parceria
  • Sentimentos sem margem para photoshop
  • Compilações de mistérios próprios
  • Constâncias inconstantes
  • Overdoses de cumplicidade
  • Traços nem sempre lineares, no entanto intensos
  • Vazios completados por peças de quebra-cabeças que só a gente entende

Sem muito esforço, na ausência de películas, chassis ou qualquer químico consegui revelar ali a digital de um amor infinito; passagens de ida para um sequestro sem resgate.

Romina Cácia

quarta-feira, 11 de junho de 2008

"Entramados"


"EntrAmaDos"

Resolvo andar para observar.

Admito que buscava inspiração, ok, também confesso que foi minha solução para aguentar a ansiedade de te encontrar mais uma vez.
No começo minha decisão mostrava-se duvidosa. Relutei até chegar na esquina, pensei em voltar diversas vezes e tenho que revelar que só não o fiz, pois por força do hábito peguei as chaves da casa da mamãe.

Você provavelmente dirá que eu só preciso prestar atenção aos chaveiros. Mas é complicado. E você sabe como sou rebelde, contrario a mim mesma e acabo sem seguir o caminho mais fácil.
Paciência. Sim é extamente isso que nos resta=)
Para melhorar ainda mais o celular vibra. Você me avisa em poucas linhas que demoraria um pouco mais. Sem mais alternativas sou guiada pelo azar.
Sem que planejasse sou presenteada com uma brisa fresquinha. As palmeiras dançam a mesma melodia que embala meu cabelo. O sol avisa mansinho que tem planos de ir embora. Estendo a tolha e brinco de decifrar desenhos entre as nuvens.
Tudo parece parte de um daqueles relatos do século passado. Mas como no cinema clássico, não existem casualidades. Há espaço no entanto para “causalidades”, sim havia uma explicação.
Uma flor passeia pelo meu rosto e eu finalmente te (re)encontro. E tudo vira pano de fundo; moldura para teu sorriso; para a minha alegria de poder fazer parte da polaroid do teu dia-a-dia.

Romina Cácia



terça-feira, 10 de junho de 2008

Pluvia



Choveu, meu lindo.
Daquelas que batem na janela e te ninam
Obrigam a juntar nossos pés e procurar aconchego
Acalmam com sua inquietude
Desesperam com sua preguiça de ir embora
Lavam a alma enquanto o rímel escorre
Te fazem Pierrot
Te presenteiam sorrisos
Sussurram segredos
Inspiram o compasso da dança
Pedem mais goles sem culpa
Te prendem na cama
Pintam un quadro impressionista
Cadenciam a pulsação
Renovam o cheiro da terra
São ótimas desculpas para agarrar mais
Inspiram poemas e o meu desejo
Por isso não resisti e peguei as chaves do carro
Vim aqui te contar tudo isso
Mas o sol também decidiu acompanhar
E só restou em tua janela
Minha grande ternura em gotas de orvalho
que a poesia desenha enquanto o relógio dança pelo salão...
Romina Cácia
p.s. Sim, a penúltima linha tem influência do poema Minha grande ternura de Manuel Bandeira.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Quase


Depois da terceira tentativa conseguiu abrir finalmente a porta.

Colocou as sacolas do supermercado no chão da cozinha, jogou a bolsa no sofá e enquanto tirava brincos e anéis escutou suas mensagens.

Não eram muitas. Algumas foram instantaneamente deletadas.

Convites, cobranças, uma deixada por si mesma para não esquecer o que deveria lembrar... e quase derpercebida a daquela voz tão singular.

Fingiu não se importar.

Tirou os sapatos que ainda machucavam.


Eliminou tudo que pesava sobre seu corpo como se assim também desafogasse sua alma.

Não conseguiu mais fingir e escutou mais uma vez a tal mensagem. Repetiu outra vez.

Teve o impulso de soltar uma gargalhada nervosa.

Suspirou e deixou brotar um sorriso tímido.

O tom formal banhado de cordialidade quase lhe entristeceu, quase lhe envaideceu, quase lhe enlouqueceu, quase lhe aborreceu... quase lhe enganou.

Mas ela havia aprendido a ler as entrelinhas e viu-se apenas em direção à pilha de CDs.

Enquanto apertava o
play condimentou sonhos, planos e nostalgia.

Sem espaço para hesitações resolveu continuar o caminho incerto,mesmo com o mercado e o risco cada vez mais desfavoráveis a tudo que almejava.


Romina Cácia

domingo, 25 de maio de 2008

cenas para próximos posts...

vai misturando aí que já já eu te conto nos detalhes... caipirinha, beatles, céu inzento, praia, pipa, castelos... mil idéias temperadas com planos e nostalgia... trilha sonora com um sotaque... uiuiui.. tia tá bem.. depois de uma longa temporada acho que finalmente encontrei um sorriso esquecido.
beijo

terça-feira, 20 de maio de 2008

Salve Carpinejar!

Essa eu não podia deixar de publicar. Uma entrevista preciosa com todas as vertentes que a semântica pode se atrever a ceder generosamente. Meu futuro coordenador e, se nao não for pedir demais... amigo e colega com amizade entre as palavras.

(Murphy não quer me deixar descarregar o vídeo=( dá uma olhada aqui e lá procura o post comportamento publicado dia20/05)


E brincando com suas pétalas espalhadas ao longo do "papo":
eu ainda sou crianaça
muito carente e com mundos próprios
escrevo poemas para libertar meus olhos assados..
na tentativa de retirar emoção das sutilezas do cotidiano
e ser poliglota em minha própria língua



"Entrevista concedida a Tânia Carvalho no programa Comportamento, da TVCOM/RBSTV, que foi exibida no último sábado (17/5), com retransmissão pela Rádio Gaúcha. Uma hora de humor, expiações e parábolas. "Carpinejar

E quando eu digo que o dia 17 é mágico... ainda me perguntam o motivo=)?!

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Once

Acabei de ver Once... finalmente consegui encontrá-lo na locadora=)

Tem suas singularidades, não pode ser visto como um filme qualquer. É preciso estar aberto e disposto, principalmente, para sentir.. deixar-se ser embalado por cada acorde, acreditar no real... afinal, o filme parece ser um extrato dos melhores momentos do cotidiano com uma trilha sonora impecável.
A imagem reforça minha teoria do conjunto de fotografias roubado da memória.
Sem efeitos especias, mas com tons de realidade em tom sustenido... com "simplicidade" de clave de sol.
Um filme pra quem acredita na vida e a degusta com o prazer de quem assiste clássicos... sem tempo(s) para pulsar na tecla pause... assim como a vida, Once se apresenta "ao vivo"... pronto para ser visto.. sem muito espaço para comentá-lo, apenas vivenciá-lo... redescobrir(se) entre tons graves e agudos... não à procura da perfeição, mas de algo que vale a pena ser vivido.


Romina Cácia


sábado, 17 de maio de 2008

17 de maio

Resolvi seguir o conselho de uma amiga.


Tirei os sapatos, abaixei um pouco a luz, abri uma garrafa de vinho...


Adicionei trilha sonora.
Não consegui cumprir o trajeto completo, ela tinha dito que eu deitasse e relaxasse. Hoje, isso seria impossível.

Corri para a escrivaninha, peguei papel da cor dos seus olhos e uma caneta macia. As idéias me torturaram durante todo o dia, o congestionamento de palavras me impedia de respirar.

Trabalhar nunca tinha sido tão desnecessário para atrapalhar meu dia e sua fluidez imperfeita.

Leio, rasgo, escrevo, grito, ensaio uma lágrima, puxo os cabelos, escrevo... resolvo apelar para o computador. Quiçá com as teclas eu consiga me entender melhor hoje.

Algum tempo depois, sem que eu perceba sua entrada ou o frevo do relógio, você entra e quase me mata de susto ao me acolher em seus braços e me presentear com um beijo.

Vou ao céu e xingo.

Com cara de quem não entendeu nada você me questiona a razão dos "delicados" verbetes.

Te explico. Apenas você consegue entender a delicadeza dessa data. Até tentei explicar a razão de sua singularidade aos mais curiosos, mas insistiam em dar razões próprias, não as minhas, ou as nossas.

Te digo que passara a noite tentando escrever o
inexplicável, algo que traduzisse o que sinto por você. Você sorri e com seu sotaque porteño me chama de "nocturna".

Tento então explicar meu desespero e repito: "Há
castigo maior para um poeta que não conseguir transmitir com a força do punho o que sente?"

Você me olha. Eu disfarço e tomo coragem. Me rendo. Entrego-me aos teus carinhos com o sorriso mais belo, sincero e presunçoso. Entrego minha pluma e adentro o cativeiro do teu coração, sem medo algum de estar presa pelas algemas de teus braços.

Vamos então a sala. Tento preparar algo, na verdade você acaba, como sempre, cozinhando tudo. E ao terminarmos o "banquete", diz : "Pequena, você caprichou como sempre".
Finjo acreditar na sua doce mentira.

Não sei se é o efeito do vinho ou a miragem dos teus olhos,lanço-me sobre o abismo do teu olhar.

Nos entregamos e pulsamos dançando ao som das
gotas de orvalho que salpicam sobre o jardim.

Me propõe um passeio, digo que por conta do vinho seria melhor que não. Você faz aquele olhar pretencioso que me fascina e lembra seu
dominio sobre o volante.

Ficamos por ali então.

Sem ar, sem chão, com a malemolencia das cadeiras te proponho algo.

Fazemos promessas.

O álcool me deixa perigosa e quase agressiva. Te aviso que caso você quebre juramento, meu veneno será cruel; te boto quebrante.

Sou chamada de teimosa e esbravejo que cansei de
lutar contra mim mesma.

Você me beija na tentativa de conseguir acalmar-me. Mal recupero o fôlego e te repito a
ladainha de sempre.

Então você
me roda como se estivéssemos ainda naquele grande salão; me faz gargalhar e admitir que você conhece meu manual de instruções.

Te faço pedidos.

Você me avisa que em algum momento acabaremos nos magoando.

Fico fora de foco. " Must be clouds in my eyes".

Você me chama de boba e diz que me ama.Fico hipnotizada, deconcertada e vermelha... é tão bom!

Mas algo me preocupa. Conseguirei algum dia dizer que quando você me diz que me ama eu fico gelada, sem graça, como na primeira vez que escutei? E que nesses segundos de falta de calor sinto meu sangue correr pelo corpo sem cessar; pois
pulso com a intensidade do nosso amor...

Você me compreende com seu olhar e me pede para
gritar tudo o que me faz calar.

Te respondo fazendo quase o mesmo pedido...

Te confesso que você me faz mais forte do que eu poderia ser ...

Embalada pelo efeito melancólico do álcool, inspiro-me com um desejo quase culposo por querer ser diferente do que havia planejado.

Recordamos um inesquecível
mês, fico distante, me distraio com as lembranças. Você me pede para voltar... disfarço, "must be clouds in my eyes", mas você sabe exatamente que "... I´m waiting for your touch..."

Te canto e peço para que fiques até amanhã, me faço casulo em teus braços; na tentativa de fazer do teu sorriso
meu abrigo.

Você me nina com "Starry, starry night..."

Antes de fechar definitivamente meus olhos te sussuro que o mundo não foi feito para pessoas como você.

Já quase inConsciente, te digo em tom quase saudoso e petulante que nada, nem mesmo o tempo será forte o suficiente para nos desAMARrar.


Romina Cácia

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Confesso...


É estranho isso... como no meio da certeza de tantos “nãos”, de um futuro fracasso, simplesmente surge em mim, como fênix ou flor de lótus, uma força inesgotável… um sorriso radiante com a ambição de se espalhar mundo a fora…(mesmo que seja por apenas alguns segundos…)

Tenho me surpreendido comigo mesma… nem nas minhas lembranças mais positivas pensei que pudesse passar por tudo isso. Tenho um Companheiro, fiel e constante.. que Me ajuda mesmo quando eu finjo não acreditar mais na possibilidade de merecer Sua misericórdia.

Minha mãezinha, então… seu regaço acolhedor sempre é garantia para que meu coração seja abrandado e o pranto seque.

Meu anjo da guarda, mesmo com uma sobrecarga de trabalho… também insiste em não me abandonar e olha que muitas vezes esqueço de agradecer...

Pois de maneira singela e explícita eu agradeço a todos eles e de uma forma especial a todos os que se propõem a ser “filiais” dessa grande família; presenteando-me com toques de carinho, adoçados por sorrisos, cozidos com sabedoria, entre silêncios ou ouvidos pacientes que com seu companheirismo me alegram por ser merecedora de saborear um dos maiores prazeres dessa vida: amizade=)


Que minha ausência não seja notada, ainda que constante… perdoem-me a bipolaridade de tds os momentos..

Agridocemente, eu


Romina Cácia

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Ao entardecer (Evening)

Sim, eu gosto de filmes com histórias açucaradas, por assim dizer... independente do estado emocional ou civil=). Bem, esse não é somente mais um filme cor-de-rosa... acho que seria bordeaux.

Admito que o que me chamou na prateleira foi a lembrança de outros com títulos parecidos(Before Sunrise/Sunset). Quiçá fosse mais um desencontro de dois dos meus personagens preferidos. A decepção logo foi embora depois que a trama ganhou vida.
Gosto das cores, do figurino rico em elegância e simplicidade, dos cenários,dos cheiros e principlamente das entrelinhas.

Apaixonante!

O elenco é maravilhoso, o diretor fascinante e a história... vale a pena!
Mais uma vez me apaixonei pelo personagem errado. Por que raramente caio nos braços dos protagonistas? Buddy era tão interessante... Se bem que falar em protagonistas nesse filme é perigoso...ops! Quem tiver curiosidade ... eu recomendo!

Ausente de si mesma

Existe coisa mais cruel que o mundo não parar para que você possa se recompor e voltar a funcionar? Talvez sim: sabotar a si mesma.

Deveriam te presentear com uma licença até que tudo voltasse a pelo menos um estado suportável. É por isso que as pessoas adotam medidas extremas e amputam braços, tentam o suicídio…
Seria tão mais simples se levassem a sério a dor de um coração em caquinhos…

Tive a sorte de ter tido um professor que entendia um poco dessa fase, quer dizer, não especieficamente dessa, mas de outra também muito problemática e menosprezada. Meu professor de biologia da educação era a favor de que suas alunas não fossem a aula ou fizessem provas se estivessem com TPM. Ele fazia uma cara de sério, quase pensativo e com um sorriso de lado, afirmava sem espaço para gozações: “ Não brinco com coisa séria. Hormônios são perigosos e o mais importante de tudo: mulheres com TPM tem 50% mais de chances de cometer homicídios e eu quero viver por um bom tempo” .
Não sei se alguém teve a coragem de utilizar o arguemento para postergar qualquer obrigação acadêmica. Saí antes do final do período.


Só sei que um desses me cairia muito bem…

Já não são somente meus hormônios, eu mesma ando me traindo. Sabotar a si mesma é o cúmulo. Como já disse antes, vivo num conflito sem fim entre todos os meus eus. De repente todos se revoltaram e resolveram fazer greve. Fiquei só com a memória mínima daquilo que seria exponencialmente essa que vos fala, quer dizer, escreve.

Como a memória é mínima, o espaço é seletivo e, definitivamente, isso não assegura decisões precisas. Folheio e remexo em lembranças que deveriam não ser tocadas, pelo menos por agora, por uma questão de preservação. Recebo uma explicação que em segundos se desvai e fica perdida sei lá em qual arquivo. Escuto, racionar e compreender é outra história. Também vale o trocadilho com viver e sobreviver(é assim? Nunca aprendi essa palavra).

Meu ritmo sempre foi um pouco lento em relação ao resto do universo. Ultimamnete tenho percebido o mundo girar cada vez mais veloz… e eu aquí estancada querendo entender como que se posiciona o filete da publicidade do jornal de ontem…

Certo é que o mundo faz questão de lembrar a você que ele não vai ser piedoso e te fornecer a colher de chá de manerar um pouco para que seu eu volte ao normal. Quanto mais tentar se esconder, mais ele vai lá cutucar e gritar o seu nome. Isso além de metáfora pode ser levado ao pé da letra. Por que raios meu nome tem que ser tão singular para facilitar a vida de professores que gritam do fundo da sala que eu estou fazendo errado o que deveria ser feito?!

Sim, mundo, eu admito… ando fazendo tudo ao contrário do que deveria ser feito. Deixei de paquerar comigo, abandonei meu fiel esconderijo, chutei o pau da barraca , desisti de tudo, virei pesadelo e tenho problemas com tentativas remotas de sonhar.

Levantar é cada vez mais difícil… ter coragem para estufar o peito e admitir que eu sou eu é quase impossível.

Mas como assim não é permitido tirar férias de si mesmo?

Já que é assim, aceito a proposta de comprar(em 12 vezes no cartão, é claro) a super oferta para reorganizar tudo aquí, fazer uma faxina geral e seguir com a maré… já que levar o barco, por enquanto, é pedir demais.

Romina Cácia