sábado, 28 de junho de 2008

Noites de junho...

Então, de vez em quando eu lembro que esse mês é de festa. Principalmente se você mora na Paraíba. Enquanto ainda vivia na terra de Iracema, o mês se resumia a festa do colégio e só. O susto foi grande quando descobri a imensidão da comemoração. Para encurtar mais a história e apenas deixar o gosto de nostalgia por aí, além da saudade, óbvia...

Tava olhando as joaninhas da ladybug e lá no final do último post, descobri uma voz preciosa para encantar minhas últimas noites de junho. A Nosphie achou na Ticcia e agora eu passo pra vocês.

Com vocês, um gaúcho cantando um poema de um "gajo" ali...


Imagem roubada daqui: http://www1.folha.uol.com.br/folha/turismo/images/20031117-sao_joao.jpg

Achados... pelo acaso!

Precisa me conhecer muito pra saber o que primeiro me chamou atenção nesse livro?

Estava fazendo hora numa banca de revistas. Teria que esperar ainda duas horas para embarcar. Tentei resistir, olhei outros, criei desculpas... mas acabei comprando, pelo impulso, pela gula de querer sempre mais um (chocolate ou livro, hehe).


Comecei a ler e simplesmente não consegui parar mais. Apesar do "fardo" de ser "traça", há algum tempo não lia algo de uma vez ,sem pausas para respirar. Como tem na sinopse, tão viciante como chocolate=)

  • Sinopse

Há mais de 60 anos, Adrian Troadec viu uma garota sair de um conservatório. Duas guerras mundiais depois, ainda funciona a fábrica de chocolate que ele abriu para conquistá-la. Entre dois continentes, partidas de xadrez e notas de violino, Sabor a chocolate é uma sinfonia incompleta de amor e sonhos. Uma novela tão intensa e viciante como o melhor chocolate.

Mais informações e críticas: http://www.puntodelectura.com/minisites/saborchocolate

sexta-feira, 27 de junho de 2008

27 de junho


Como separar lágrimas e chuva ?



ou o que escorre pelo meu rosto quando estou debaixo do chuveiro?



Quantas voltas num terço indicam desespero?



Hoje te busquei enquanto observava os movimentos da lua...



Desde quando ainda estava à esquerda da minha janela

Romina Cácia

Imagem roubada daqui: http://ladoluna.blogspot.com/

domingo, 22 de junho de 2008

Minha primeira fita


Mixwit

Achei tão bonitinho que não resisti e aderi à moda da fitinha...

Essa é a primeira, um teste por assim dizer. Dá pra brincar com a idéia e é fácil. Clica em make a mix e faz a tua. Ah, você pode colocar artistas diversos e... não vou estragar as surpresas. Vá e divirta-se com o gosto da nostalgia em sinfonia 2.0( seja lá o que for isso, né, Ricardo!?)

sábado, 21 de junho de 2008

Bom dia


Eu nunca te enganei, você sempre esteve ciente sobre o meu fascínio pelo amanhecer. Não é vontade de ser diferente, não adianta, eu acabo sempre escorregando por erros já cometidos.

Mas o amanhecer é belo, dá preguiça e coragem. Para mim é mais romântico que a sua despedida. O céu vai clareando, o dia vai dando sinais de boas vindas e é como se tentassem imitar a gente.

Porque nós somos o amanhecer.

O pôr-do-dol ainda que belo é triste para mim. Você vai me chamar de sei la o quê , mas a despedida do sol me dá medo. Porque eu tenho medo de ter que me despedir de você. Por isso prefiro ignorar o momento em que ele se vai.

O amanhecer me traz calma, é perfeito para ser contemplado. É exatamente como estávamos até antes de nos conhecer… assim… escuro, com preocupações saltitantes brilhando em formas de estrelas. Então a gente se esbarrou e não é que tudo que era chato, entediante, nos preocupava, tirava do sério ou entristecia foi embora.

Continua tudo lá, do mesmo jeito. A diferença, é que a medida que nos aproximamos assim como o sol flerta com a Terra, tudo fica igualmente claro. E eu passo a ter menos medo e você sorri com mais frequencia. Pois a gente sabe que tá recomeçando,assim como o dia… E eu adoro quando o sol vai batendo de mansinho na água do mar e se mistura com os tons diversos do céu naquela ingenuidade de conseguir imitar a cor dos teus olhos. É divertido presenciar essa tentativa diária de repetição impossível.

É por isso que é difícil dormir antes do sol levantar de vez. Cada vez que ele surge eu lembro de todas as vezes que resurgimos como fênix, flor de lótus ou o que seja. E tudo se tranforma em homenagem quase diária a nós dois. E eu juro, se também não fosse tão belo te observar agora dormindo eu até te acordaria hoje para te mostrar esse espetáculo em nossa homenagem.

Por isso que eu resolvi te escrever esse bilhete, para que o resultado da mescla te fosse mais real. Só que eu admito que no meio do caminho me perdi velando teu sono. Então para tentar me redimir comecei a escrever essas linhas sem noção… mas você resolveu me olhar e dizer bom dia e eu já nem lembro mais quais cores a paleta tinha hoje.


Romina Cácia

Imagem roubada daqui: http://nossomocambique.blogs.sapo.pt/arquivo/572176.html

Lá e cá...


Em casa aprendi a:
  • Fazer o teste na roupa para saber se ela solta ou não tinta
  • Acreditar em meus sonhos
  • Cozinhar sem manuais
  • Admitir que sou gulosa com sentimentos e comidas
  • Beijar a mão de quem beija a minha
  • Escutar Beatles, Nelson Gonçalves, Jessé, Elis e cia
  • Ser espontânea
  • Ter fé
  • Colecionar histórias
  • Tentar
  • Não misturar arroz com macarrão
  • Olhar prazos de validade e quantidades
  • Aceitar que todo sacrifício traz consigo recompensa

Longe de casa fui ensinada a :

  • Fazer um manual para proteger-me de mim mesma
  • Não acumular pilha de roupa suja, seja do vestuário ou da vida
  • Eliminar a imagem de autosuficiência que tinha de mim mesma
  • Admitir que amor real não consegue virar platônico
  • Agarrar-me com fé aos momentos que já me faltavam forças
  • Escutar Nina Simone, Gothan Project, Josh Groban e outros mais
  • Ser paciente ou pelo menos fingir
  • Planejar o "milagre econômico" de cada mês
  • Cortar e limpar um frango inteiro
  • Valorizar o que sempre me foi tão óbvio e invisível
  • Trabalhar com histórias colecionadas e ter coragem de expor outras novas por aí(aqui)
  • Usar aspirador e não vassoura
  • Escutar mais

Romina Cácia

Imagen roubada daqui: http://copasevalentes.blogspot.com/2005/08/para-quem-nunca-pensou-muito-sobre.html

sexta-feira, 20 de junho de 2008

O estorvo da lucidez


Era no mínimo curiosa a sua singularidade logo percebida por qualquer um que adentrasse o recinto. Por mais que se vestisse aleatoriamente como os demais presentes, transbordava a eloqüência do seu silêncio. Era invisível e tão presente...


Pouco falou durante a noite.


Dedicou-se a observar. E a ser observado, é claro. Tentava não ser notado, entretanto, quanto mais se escondia, mais concreta transformava-se sua presença.


Como naquele filme de Buñuel, sem razão alguma ficamos onde havíamos nos reunido. As luzes foram apagadas e todos supostamente ali tomaram um breve descanso.


Era claro que jamais conseguiria adentrar o reino de Morfeu naquela posição, no entanto, o fez. O estado vegetativo era abruptamente interrompido por espasmos quase esquizofrêmicos.


Enquanto todos ainda oscilavam entre estágios diferentes do sono, levantou-se e seguiu caminho enfrentando o labirinto formado por corpos e móveis.


Sentou-se.


Pôs suas armas sobre a mesa e começou a destilar seu veneno.


As idéias lhe haviam incomodado durante a noite. Tinha a necessidade de escrever e se livrar de tudo que lhe roubava o pensamento.


Preencheu intermináveis páginas e comprovou sua teoria lançada na noite passada que até então eu duvidava.


"Escritores nada têm de generosos. São seres extremamente egoístas que fazem uso da palavra para exorcizar a alma. Generosos, sois vós, leitores que insistem em dar sentido ao escárnio de mim mesmo."
Romina Cácia

Vícios nada anônimos




  • Dedos inquietos

  • Atacar algo recém-comprado antes de chegar ao destino final

  • Mentir com a desculpa da imaginação

  • Desconhecer as machetes dos jornais

  • Viver em um mundo paralelo

  • Esquecer do protocolo e do que gostaria de contar desesperadamente

  • Dançar com melodias inconscientes e próprias

  • Acreditar em contos de fadas na vida real

  • Esquivar-se da lógica

  • Ignorar regras da amada língua portuguesa

  • Esperar ansiosamente, toda sexta, o encontro com três caras que sabem de sua existência, mas que todavia não sabem quem é

  • Porres de nostalgia

  • Experimentos culinários

  • Rosto rubro

  • Piadas sem graça

  • Ver todos os programas favoritos disponíveis no youtube de uma vez até enjoar

  • Chocólotra

  • Pés sempre em alguma posição do ballet, nunca paralelos(ainda que se defenda dizendo ser herança da dança, a verdade é que tem pés de pato)

  • Senso de humor discutível

  • Insensatez com as palavras

  • Apreciar bebidas com v (leia-se vodka e vinho)

  • Bipolaridade

  • Intensidade

  • Ingenuidade

  • Despejar sobre o rosto o supra sumo da vida facilmente ao ter o coração atingido

  • Esperança

  • Construir castelos de sonhos

  • Infantil com sorrisos, mas sem a coragem da ausência de medos

Romina Cácia

Imagem retirada daqui: http://buritypinturas.blogspot.com/2008/03/srie-seres-vazios-vcios.html

terça-feira, 17 de junho de 2008

Musicaos

Hoy te pensé, te extrañé, Añoré sentir tu mano sobre mi piel Y mi alma.

Hoy, desperté, te busqué
Me hizo falta estar contigo.
Quise rozar tu mirada.
Hoy sin querer,
Te miré, ví tu foto
Y me transporté,
Al calor de tus besos
Y te acaricié,
Te tomé, te llené,
Paso a paso cada espacio.
Pude esquivar, la contrariedad
Tu alma sabe.
Mientras viajas por tu adversidad,
Mientras vuelo sin poder asimilar
Que detrás de cada límite
Estoy siempre seguro que
Más halla de toda lógica
Salgo a toda reconciliación,
Y detrás de cada límite estoy.
Hoy desperté, te busqué.
Me hizo falta estar contigo,
Hoy.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Primeira pessoa do plural

E como sempre eu nunca sei onde está o que preciso no momento exato que procuro. É de praxe. O desespero bate e eu faço promessas. Repito que tentarei ser mais organizada, proponho mentalmente em milésimos de segundos que logo apagarei da memória um sistema que garanta a ordem de tudo. Justamente hoje, afinal o dia da agonia presente é sempre o pior. Se já passou, já foi, não dói mais… Entretanto agora é sempre pior.

Olho o relógio e prevejo mais um atraso. Diferente seria se isso não acontecesse. Não seria eu, como você mesmo diz. Mas eu juro que hoje comecei o ritual mais cedo. Cronometrei meus passos. O problema foi que no “pulo do gato” abri a gaveta.

A desculpa seria a procura de um dos meus anéis preferidos. Como vivo entre os momentos que estou com ele em minha mão direita e os outros tais que o perco, nada era novidade.

No entanto, apesar do caos em meu quarto, eu sabia que ele jamais estaria por ali. A terceira gaveta do lado esquerdo tem vida própria e dificilmente acolheria minha prenda.



Caí na tentação de abri-la.

Encontrei:
  • Sorrisos diluídos em 10x15
  • Guardanapos timbrados com lábios rubros
  • Melodias que provocam aquele gostoso e às vezes doloroso “musicaos” aqui dentro
  • Prosas poéticas
  • Psicotrópicos de desejo
  • Cartões de uma visita permanente
  • Diários de bordo do cotidiano
  • Amostras grátis de respeito
  • Excesso de bagagem que garantem a leveza do espírito
  • A antologia incompleta de teus beijos
  • Gradientes de paixão
  • A frangrância que me faz suspirar e desejar perder o equilíbrio
  • Manuais nada secretos sobre elementos essenciais dessa parceria
  • Sentimentos sem margem para photoshop
  • Compilações de mistérios próprios
  • Constâncias inconstantes
  • Overdoses de cumplicidade
  • Traços nem sempre lineares, no entanto intensos
  • Vazios completados por peças de quebra-cabeças que só a gente entende

Sem muito esforço, na ausência de películas, chassis ou qualquer químico consegui revelar ali a digital de um amor infinito; passagens de ida para um sequestro sem resgate.

Romina Cácia

quarta-feira, 11 de junho de 2008

"Entramados"


"EntrAmaDos"

Resolvo andar para observar.

Admito que buscava inspiração, ok, também confesso que foi minha solução para aguentar a ansiedade de te encontrar mais uma vez.
No começo minha decisão mostrava-se duvidosa. Relutei até chegar na esquina, pensei em voltar diversas vezes e tenho que revelar que só não o fiz, pois por força do hábito peguei as chaves da casa da mamãe.

Você provavelmente dirá que eu só preciso prestar atenção aos chaveiros. Mas é complicado. E você sabe como sou rebelde, contrario a mim mesma e acabo sem seguir o caminho mais fácil.
Paciência. Sim é extamente isso que nos resta=)
Para melhorar ainda mais o celular vibra. Você me avisa em poucas linhas que demoraria um pouco mais. Sem mais alternativas sou guiada pelo azar.
Sem que planejasse sou presenteada com uma brisa fresquinha. As palmeiras dançam a mesma melodia que embala meu cabelo. O sol avisa mansinho que tem planos de ir embora. Estendo a tolha e brinco de decifrar desenhos entre as nuvens.
Tudo parece parte de um daqueles relatos do século passado. Mas como no cinema clássico, não existem casualidades. Há espaço no entanto para “causalidades”, sim havia uma explicação.
Uma flor passeia pelo meu rosto e eu finalmente te (re)encontro. E tudo vira pano de fundo; moldura para teu sorriso; para a minha alegria de poder fazer parte da polaroid do teu dia-a-dia.

Romina Cácia



terça-feira, 10 de junho de 2008

Pluvia



Choveu, meu lindo.
Daquelas que batem na janela e te ninam
Obrigam a juntar nossos pés e procurar aconchego
Acalmam com sua inquietude
Desesperam com sua preguiça de ir embora
Lavam a alma enquanto o rímel escorre
Te fazem Pierrot
Te presenteiam sorrisos
Sussurram segredos
Inspiram o compasso da dança
Pedem mais goles sem culpa
Te prendem na cama
Pintam un quadro impressionista
Cadenciam a pulsação
Renovam o cheiro da terra
São ótimas desculpas para agarrar mais
Inspiram poemas e o meu desejo
Por isso não resisti e peguei as chaves do carro
Vim aqui te contar tudo isso
Mas o sol também decidiu acompanhar
E só restou em tua janela
Minha grande ternura em gotas de orvalho
que a poesia desenha enquanto o relógio dança pelo salão...
Romina Cácia
p.s. Sim, a penúltima linha tem influência do poema Minha grande ternura de Manuel Bandeira.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Quase


Depois da terceira tentativa conseguiu abrir finalmente a porta.

Colocou as sacolas do supermercado no chão da cozinha, jogou a bolsa no sofá e enquanto tirava brincos e anéis escutou suas mensagens.

Não eram muitas. Algumas foram instantaneamente deletadas.

Convites, cobranças, uma deixada por si mesma para não esquecer o que deveria lembrar... e quase derpercebida a daquela voz tão singular.

Fingiu não se importar.

Tirou os sapatos que ainda machucavam.


Eliminou tudo que pesava sobre seu corpo como se assim também desafogasse sua alma.

Não conseguiu mais fingir e escutou mais uma vez a tal mensagem. Repetiu outra vez.

Teve o impulso de soltar uma gargalhada nervosa.

Suspirou e deixou brotar um sorriso tímido.

O tom formal banhado de cordialidade quase lhe entristeceu, quase lhe envaideceu, quase lhe enlouqueceu, quase lhe aborreceu... quase lhe enganou.

Mas ela havia aprendido a ler as entrelinhas e viu-se apenas em direção à pilha de CDs.

Enquanto apertava o
play condimentou sonhos, planos e nostalgia.

Sem espaço para hesitações resolveu continuar o caminho incerto,mesmo com o mercado e o risco cada vez mais desfavoráveis a tudo que almejava.


Romina Cácia