terça-feira, 10 de junho de 2008

Pluvia



Choveu, meu lindo.
Daquelas que batem na janela e te ninam
Obrigam a juntar nossos pés e procurar aconchego
Acalmam com sua inquietude
Desesperam com sua preguiça de ir embora
Lavam a alma enquanto o rímel escorre
Te fazem Pierrot
Te presenteiam sorrisos
Sussurram segredos
Inspiram o compasso da dança
Pedem mais goles sem culpa
Te prendem na cama
Pintam un quadro impressionista
Cadenciam a pulsação
Renovam o cheiro da terra
São ótimas desculpas para agarrar mais
Inspiram poemas e o meu desejo
Por isso não resisti e peguei as chaves do carro
Vim aqui te contar tudo isso
Mas o sol também decidiu acompanhar
E só restou em tua janela
Minha grande ternura em gotas de orvalho
que a poesia desenha enquanto o relógio dança pelo salão...
Romina Cácia
p.s. Sim, a penúltima linha tem influência do poema Minha grande ternura de Manuel Bandeira.

3 comentários:

Cla disse...

Que lindo,tia Romirna!Parabéns!!Muito bonito,simples,mas muito emocionante!
=*

Unknown disse...

Nossa!! Amei, muito lindo!! Palavras intensas e que me deixaram mais leve!!
Parabéns!!
Déborah

Moreofapainter disse...

Vou na msma maré dos outros comentários, não tem como não ir.. A-do-rei. É simplesmente lindo...
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