quarta-feira, 27 de agosto de 2008

27s



Se você por acaso visita este humilde lar cor-de-rosa de vez em quando, já deve ter percebido que entre todos os meus sumiços uma data é sempre presente; sim, 27s são especiais. São dias que sempre foram, são e serão temperados com especiarias distintas; algumas mais doces, outras com toques picantes ou ainda com a carência de sabor.


O mundo insiste em dar voltas que raramente acompanham meu compasso, mas... e daí?! Nesses últimos dias tenho a sensação de ter saído de um estado de coma. Tudo parece estranho, de verdade. Às vezes tenho a sensação de que fui retirada de minha própria vida, congelada, algo assim... Apesar de consciente do poder de Chronos, eu insistia em querer que minha vida continuasse de acordo com a pausa do controle remoto que foi apertada ao mesmo tempo em que meu primeiro vôo decolou.


"Behind every beautiful face there´s been some kind of pain"


Sim, sei que sou teimosa e irracionalmente racional( ou seria racionalmente irracional?). Entretanto, acredito que essa foi minha louca estratégia para defender-me de mim mesma; afinal minha maior viagem ao longo dos passados 11 meses foi (re)conhecer o mundo rominicaciano. Posso garantir que foram trilhas surpreendentes: sou mais fraca e forte do que eu imaginava ser.


Além disso, possuo uma qualidade em comum com a Liliana. Infelizmente não são seus belos olhos verdes ;) A verdade é que somos intensas, em tudo que fazemos, sentimos... somos intensas com toda a plenitude que um ser possa esbanjar e transpirar pelos poros, por neurônio...


Minha intensidade às vezes é confundida com sintomas de espontaneidade, embriaguez, loucura, fra(n)queza, irracionalidade e um cardápio variado de acordo com os olhos do espectador=)


O preço disso tudo é muito simples: sentimos coisas que a maioria das pessoas não sentem ou sequer desconfiam de sua existência. Conhecemos o "supra-sumo" das delícias do cotidiano e somos fortemente torturadas na tristeza.


"En el lugar más obscuro
de mi espíritu, se refleja
aun viva tu imagen y conoce
tu carne, tu vida y tu fuerza
tu noche, tu espacio, tu mente"


Este post é mais um dos "comemorativos" sobre o vigésimo sétimo dia do mês. Com tempero adverso aos anteriores, porém não ausente. E como não poderia deixar de ser, intenso.


Escrevo para agradecer a quem me transformou numa mulher de verdade ao ensinar-me a grandeza do real significado do verbo amar.
Infelizmente para retribuir ao mais belo dos presentes
não existem rimas com a métrica adequada;
prosas lineares com sua inconstância;
sinfonias que traduzam os diversos tons da nossa "cadência" singular;
equações que tragam à tona a precisão de nossos altos e baixos;
receitas que consigam misturar temperos incompatíveis em algo tão delicioso...
Simplesmente não tem preço.







Entre ruas traçamos entrelinhas que desconhecem o protocolo, prazos de validade ou qualquer outra regra que impeça a renovação de sentimentos bobos que te fazem rir do nada, suspirar numa "viagem" entre bairros, fazer a umidade do corpo "transbordar"ou xigar o relógio inquieto; independentemente de status, leis da física ou de atração.


"O amor é o ridículo da vida. A gente procura nele uma pureza impossível, uma pureza que está sempre se pondo, indo embora. A vida veio e me levou com ela. Sorte é se abandonar e aceitar essa vaga idéia de paraíso que nos persegue, bonita e breve, como as borboletas que só vivem 24 horas. Morrer não dói."

Romina Cácia

p.s. Citações emprestadas de Bob Dylan, Juanes e Cazuza.

p.s.1. O fragmento do youtube é do filme If Only

p.s.2. O blog de onde roubei a imagem vale a pena ser visitado.