quarta-feira, 26 de março de 2008

Tic...tac...já passou...tic...tac...pq sempre voltou?




"Ticking away the moments that make up a dull day
You fritter and waste the hours in an offhand way
Kicking around on a piece of ground in your home town
Waiting for someone or something to show you the way"
Time, Pink Floyd



Primeiro de tudo, escolha sua trilha, esse é um post pra ser lido com acompanhamento musical. Algumas opções: pink floyd, cazuza, legião ou pato fu. Não importa a escolha, sinta-se livre para escolher aquela outra que te faz lembrar algo ou simplemente exija o silêncio e deixe que o murmúrio das lembranças te ninem ou te entendiem.




Calendários...



Existem vários tipos de calendários espalhados por aí. Dentre todos esses "oficiais", um dado é constante: se baseiam nos movimentos aparentes dos dois astros mais brilhantes da
abóbada celeste, na perspectiva de quem se encontra na Terra - o Sol e a Lua - para determinar as unidades de tempo: dia, mês e ano.

Há aqueles que contemplam com maior clamor o astro, outros preferem a beleza da moça. Entretanto, com tantas opções já pré-estabelecidas por distintas civilizações e culturas tratamos sempre de criar uma versão personalizada do conjunto de folhinhas a serem arrancadas...

Ignoramos o gregoriano (ou seja lá qual for o seu oficial) e passamos a ser regidos por um conjunto de tempo que desconhece a freqüencia alheia ao nosso mundo(sim, o nosso aqui é extremamente egoísta) . A semana começa de acordo com a força de uma nova decisão e termina exatamente no momento em que você decide jogar a toalha e pedir um "tempo" pra respirar; e, definitivamnete, não é nada raro que tudo isso aconteça num espaço menor que 24h.

Uma hora pode ser o intervalo entre um suspiro e um tapa; a infinita duração de algo que te entedia, o castigo de ter que sentir indo tão rápido o que te faz bem e voilá, Einsten era um cara esperto.

Dias podem ser mais longos que as 24h vendidas por aí. Na verdade, reza a lenda que a mudança de cada dia vai de acordo com o temperamento que vc anda degustando... vc só vai perceber que hoje já é ontem ou será amanhã quando passar da alegria a nostalgia, tristeza, rancor ou qualquer outro sabor.

Depois que tudo tiver sido condimentado de maneira correta vc então levará ao fogo, mexerá um pouco, vai deixar descansar e depois se deliciará com a reflexão embutida no meio da digestão dessas lembranças... Isso que chamam de "ano novo"... não tenha medo de exagerar na "consumição(essa palavra existe?alguém me arranja um dicionário, por favor)", se tudo de repente ficar pesado demais, tente algo mais leve da próxima vez.

Desenhamos corações, marcamos com um círculo vermelho datas que simplemente existem para oficializar gostos, descobertas e sensações únicas. E por mais que em algum momento você se esforce para apagar ou até se descuide a ponto de nem notar a data de hoje, não adianta, você vai resPirar e entre um ontem e um amanhã a lembrança se tornará presente.


Somos regidos pela contagem regressiva entre o próximo encontro, a quantidade de dias restantes entre o erro e o inesquecível. Não existem segudas ou quartas, mas o número que te faz lembrar o que vc fez, deixou de fazer poderia ter feito ou fará. Independente da conjugação o relógio vai correr, a folhinha te pedirá para ser guardada e nada estará garantindo se foi o melhor ... ou o pior.

Vivemos sob o tempo que condicionamos a nós mesmos, que imprimimos significados ao contrário de números; que deixamos marcas que somente o tempo poderá tratar de desintensificá-las(ou não!).

Aniversários, vencimentos, espera, esperanças...

Corações, x ou círculos... qual tem sido a sua marca? O que hoje te faz diferente de todos os outros dias anteriores e posteriores desse calendário chamado vida?

OK, acho q ter que estudar Kierkegaard pra tentar entender o não entendível de Bergman, me contaminou...


Só pra terminar confundindo um pouquinho mais e com o glamour do início:

"O tempo é muito lento para os que esperam,

muito rápido para os que tem medo,

muito longo para os que lamentam,

muito curto para os que festejam.

Mas para os que amam o tempo é a eternidade..."

Shakespeare


Acrescentaria invisível para quem vive e o desconhece como detentor de suas ações... esse é o verdadeiro botox da vida, hehe deixa eu ir antes que eu fique mais existencialista..=)


Outra coisa, o relógio que marca quando foi postado tbm nunca está certo...

2 comentários:

Luiz Elias disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Cla disse...

Amiga,é definitivo e acredite:vc escreve sim muito bem.Pegou um tema e fez dele um texto informativo,significativo e que se lê com prazer.Parabéns!
bjoo