quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Mais um bilhete

Só pra te dizer o que você já sabe.


Sim, mais uma vez.


Sobra uma imensa falta.


Tenho saudades constantes e imensuráveis.


Inclusive do que sempre detestei.


Já não tenho a certeza de conhecer teu rosto( nem teu eu).


As lembranças costumam me trair.


Vivo em uma gangorra parabólica.


Freud talvez adoraria a oportunidade de tomar um café comigo.


O jogo continua e eu já não sei até onde devo e quero ir.


Ainda não te vi.


Tenho quase certeza que você já me fitou.


Como eu sei se meus olhos continuam sem exergar a ti?


Simples, meu corpo sente.





Romina Cácia

foto: http://sangha.blogs.sapo.pt/arquivo/840709.html

domingo, 26 de outubro de 2008

Saramaguiando




Saramago avisou sobre os nove meses... pena que esqueceu de lembrar sobre uma possível depressão pós-parto.

foto:http://coisasquetais.blogs.sapo.pt/2008/01


sábado, 25 de outubro de 2008

Tendências nada sutis ao suicídio...


Eu não tenho jeito mesmo. Por que é sempre preciso que eu sinta meu corpo pendendo para o lado contrário que eu gostaria para só assim acordar?
É mesmo necessário sentir a taquicardia para saber-se que está vivo e então ligar o sinal de alerta?
...
O perigo é necessário e tentador, mas mata sem piedade aqueles que não o apreciam como deveriam. Sinal de alerta não é nem cruz nem bote salva-vidas. É o meio do caminho. A escolha entre o tudo ou o (quase?)nada.
Romina Cácia

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Essas coisas...

Tem coisa pior que ficar com raiva por algo que você sabe que não vale a pena, mas tem todo o poder de mexer com você e te fazer sair, ou melhor, cair do salto?! Ai de mim!


Pior que parece que a tal bendita regra dos pequenos detalhes para a "verdadeira felicidade" também vale para o outro lado da moeda. Já reparou que são coisinhas insignificantes que geralmente tiram a gente do sério? Íncrivel como um pequeno golpe num fim de tarde acaba derrubando todos os outros bons momentos vividos ao longo do mesmo dia. Acho que fui melhor equipada para desastres que para pequenos combates diários...

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Ana e Malu, muito prazer!


Ainda com o cabelo molhado apertou a tecla número 4 e ligou para um de seus "preferidos". Malu só ficava atrás da casa da mãe(1) de Ana, da farmácia 24 horas(2) e da delicatessen preferida e ininterruptamente aberta também (era quase o supro-sumo da perfeição a bendita loja; tinha curativos para sapatos nada piedosos, vinhos apropriados para situações de emergência e chocolates com incrível poder terapêutico além de outros pecados gastronômicos)(3).


A "hierarquia" do telefone de Ana quase lhe deprimiu, mas a amiga lhe explicou com praticidade cada salto das teclas. Mãe é mãe e não se comenta mais nada. A farmácia era pra pedir o Engov, a delicatessen para pedir o que sempre inventa de faltar na casa de Ana e então, com tudo pronto, Malu tinha lugar para atender; chegar; tomar o Engov e deliciar-se com vinhos de bouquets memoráveis, mordiscar algo e ainda escutar as aventuras da amiga.


Era quinta-feira e Malu olhava para uma das paredes da sala.
- Oi!
-Malu, eu não tenho jeito!
-Ana, Ana... que danado tu aprontaste agora?
-Calma, morena. Até parece que você não me conhece,né?!
-Hum, sei... fala!
-Então, eu finalmente comecei de vez a academia.
-Mas você não tinha ido já na segunda?
- Bah, fui, fiz a matrícula e até fiz uma aulinha lá, mas não contou muito, sabe. Hoje fiz tudo direitinho e me diverti horrores.
-Legal, Nana. Agora fala o que foi que te divertiu tanto assim, que você sabe que não me engana.
Malu estava acostumada com as idas e vindas de Ana em quase todas as academias da cidade e decididamente algo deveria ter acontecido para amiga estar tão eufórica num lugar tão inóspito. A morena relutava constantemente contra os convites, cortesias e afins de academias. Ana rebatia dizendo que a amiga só fazia isso por desdém, já que era dona de um corpo bastante invejável e cultivado sem nenhum esforço( quer dizer, quase; afinal Pilates avançado não é para qualquer um).
-Ri de mim mesma e teorizei sobre a vida.
-Profundo! - deixou escapar com tom irônico.
-Malu! Aloha?! Sou eu, sai pra lá com esse azedume. Admita, você está mexendo em algo do Eduardo?
-Desculpa. É... ficou uma caixa aqui com algo dele no meio das minhas e eu acabei de me dar conta. Mas fale logo sobre suas descobertas e teorias.
-Ai, ai, ai... Então, hoje eu me empolguei e fiz duas aulas. Já até liguei para a farmácia pedindo um analgésico. Não quero nem imaginar como acordarei amanhã, mas... A primeira foi quase chata, era daquelas de ginástica localizada e como cheguei atrasada, tive que ir para frente da sala. Aff, foi quase como ser colocada no canto da sala na época da escola. Eu diria que foi pior! Senti-me humilhada: completamente flácida e ainda na frente?! Ai de mim!
Malu não estranhava mais o modo de falar sem freios de Ana e já não gastava tempo pedindo-lhe para manerar no ritmo. O drama então... era algo tão típico que se desaparecesse seria como ausência de sal na comida.
-Depois fiz aula de boxe. Deus meu! Espero nunca precisar entrar numa briga de verdade. Sou péssima e, definitivamente, coordenação motora e agilidade são coisas que não vieram no meu pacote genético.
- Nana...
Ana não deixou Malu terminar a frase.
- Eu já estava quase morta, mas ainda tinha a danada da musculação. Como cheguei mais tarde do que o habitual, outro instrutor me acompanhou. Outra mudança também foi que eu era única mulher em todos os aparelhos. Adooooro esses momentos. Experimento a glória e a decadência ao mesmo tempo. Sei lá... Sinto-me tão dona do pedaço e tão desinteressante pelo status baranga.
-Ana, você sabe que logo estará com tudo no lugar da maneira que tanto deseja, além do mais, de baranga você não tem nada.
-Malu, você fala isso porque é minha amiga. Então, estava eu lá no meio da série passada para o dia, quando me dei conta de quão eróticos são alguns aparelhos... Sei lá, deve ter sido tanta testosterona que acabou ajudando a levantar a libido. Mas eu juuuuuro que foi algo quase que por instinto, nem tava racionalizando muito... No meio desse meu desequilíbrio hormonal e mental vi que tinha um carinha suuuuuper interessante. Sabe, aquele cara que você sabe que jamais olhará para você, que sabe que é gostoso, finge que não sabe que você está olhando e ainda se atreve a olhar só para se divertir com nosso desespero inconsciente? Era um exemplar desses que tinha lá hoje. Pior, nossas séries sempre coincidiam e acabávamos em aparelhos próximos ou então de frente mesmo. Detalhe é a sensação de culpa sem nada ter feito. Quando eu fugia sempre acontecia algo e nossos olhares se encontravam. Numa dessas cruzadas indesejavelmente desejáveis desviei e dei de cara com um tal lá que me olhava descaradamente. Ele ficou quase sem graça. Saco que é o típico cara que sempre acaba aparecendo na minha vida... Acho isso tão monótono, mas admito que gostei de ser olhada, da troca de olhares fortuitos com o carinha que se achava e me diverti pensando se o que estava acontecendo comigo também não estaria acontecendo com o carinha conquistável na flexora. Ri, por dentro e por fora. Eu já nem me lembrava mais como essa coisa de olhares funcionava. Muito estranho. Ainda bem que o instrutor também era legal. Por falar nele, acho que tenho chances...
- Nana...
Malu fora novamente atropelada.
-Calma, antes que você me acuse não estou desesperada. Apenas ando apreciando o cardápio exposto em vestuário convidativo.
As duas então degustaram uma gargalhada sincronizada.
-Mas não se preocupe, não vou investir no instrutor não.
-Ana, só você para me fazer rir no meio dessa confusão.
-Ainda sem saber como arrumasr tudo?
Malu havia acabado de divorciar-se. Em decisão mútua a antiga morada fora vendida e foi feita a divisão do pagamento e dos bens.
-Sim, vivo entre caixas atualmente.
-Já vou! - gritou Ana.
-Quando você vai aprender que interfone no gancho não transmite som algum?
-No dia em que eu aprender a descomplicar e conseguir ver as coisas simples como meu nome. Hehe. Linda, tenho que ir. Meu jantar equilibrado caloricamente deve ter chegado. Vamos fazer assim: amanhã eu passo na sua casa para conversar mais e aproveito para te ajudar com a arrumação; além propor alguns toques na decoração.
-Perfeito. Mas você vai querer esse programa de índio em plena sexta?
-Ai, bobinha. Você sabe que não precisa de charminho. Até porque, o rótulo de dramática a mim cabe. Só me faça um favor, não toque mais em caixa alguma, principalmente nessa que tem sei lá o quê do Eduardo.
-Tentarei.
-Até amanhã.
-Tchau, Nana.
Romina Cácia

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Raios X

E parece que Lenine conseguiu traduzir o que nem eu suspeitava que andava a circular entre as sinapses por aqui adentro. Ganhei o cd de um amigo esse fim de semana e não consigo parar de pedir para repetir a faixa 8.

É o que me interessa

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Últimos suspiros...

Entre tantas essa é uma das minhas preferidas... Tirei enquanto perambulava por Londres. Tecnicamente ela não deve ser das mais perfeitas, eu admito. Entretanto, para moi é uma obra "irmã" da parte de mim que mais prezo e tenho medo de perder; da que mais admiro e tenho esquecido por aí...

Não se iludam pensando que é o peso da idade e uma tentativa de tentar rejuvenescer.

Eu apenas sinto um tantão de coisas e apesar do silêncio quase absoluto, a falta de palavras declara o que já foi dito e o que espero dizer...

Minha realidade é o colorido incolor entre as pausas da troca de um canal e outro... o amargo sabor da doce nostalgia que nunca provei; o balanço gravitacional formado por impulsos que nem a química orgânica de teus olhos consegue desvendar (apenas catalisar)... é a necessidade de algo nada exato, mas que sussurra o desejo de ser imediato.

Romina Cácia

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Sem comentários...


Ok, isso só pode ser, eu espero que seja, apenas mais um dos sintomas do meu maldito inferno astral, se é que ele existe ou simplesmente é um estado constante.

Ando precisando furiosamente conversar, mas ninguém parece estar disposto pra isso. Todos estão muito ocupados para pelo menos fingir que me escutam. Dá vontade de pagar alguém só pra me escutar. Sim, isso existe, chama-se psicólogo (perdão aos amigos da área). No entanto, toda vez que eu entro lá e me perguntam o que fui fazer lá... eu simplesmente não sei.

Tô de saco cheio, tô querendo esmurrar, gritar.. até ficar bem calminha. Simplesmente cansei dessa vida pateta.

E eu morro de vontade de escrever e fazerum zilhão de coisas aqui e agora, só que infelizmente até a rede tá ocupada demais pra isso... SACOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!

p.s. Faltam 7 dias, minha última quarta feira com 2.2 tá sendo uma droga, alguém percebeu?!

terça-feira, 7 de outubro de 2008

8


Faltam 8 dias...



...

p.s. Hoje é niver do meu mano mais novo, mais lindo, mais amado e querido de todo o meu coração. Com ele eu divido tranquila o mês. Pra quem dividiu até festas, né?! Tranquilo. =)

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Outubro



Outubro é o mês "certeiro". São os 31 dias mais conflitantes de todo o ano. É aquele que mais espero e mais tenho medo de ver chegar. Antes que o primeiro jogue a "pedra do meio do caminho", explico. Melhor, admito. Sim, esse é um conflito narcisístico entre todos os eus do inconstante reino do meu umbigo, hehe.

Faço aniversário neste adorável mês. O que seria simples para qualquer outro mortal, tranforma-se naquela imensa bola de neve tão típica do meu cotidiano.

As velinhas são sopradas bem na metade do mês, deixando assim, espaço suficiente para delimitar o princípio e o fim de cada uma das etapas correspondentes desse mês tão singular.

Em outubro eu tenho exatamente os últimos 14 dias do meu ano e os primeiros 17 dias do "ano novo". Não estou ficando louca, pelo menos não mais que sou.

Sempre esperei com toda ansiedade desse mundo pelo bendito "10" entre o dia e o ano na data escrita do lado direito do caderno, mas nos últimos anos o significado tem sido acrescentado por uma crise a mais: a crise do 15º dia do mês.

Eu sinto uma necessidade imensa de aproveitar "meus últimos dias". Bate aquele desespero de fazer tudo que não consegui fazer nos outros tantos do resto do ano que termina e ao mesmo tempo transborda aquela expectativa de novos desejos a serem construídos; força para solidificar o que anda querendo desmoronar e coragem para deixar cair "muros e grades" que me impedem de enxergar além...

Pensando bem, apesar da TPM, da crise pelo final do curso, do inferno astral e de todas as outras incertezas que andam rondando por essas bandas, outubro é um mês especial. Feito sob medida para mim, com 14 dias pra ansiar, 1 dia pra comemorar, 16 dias pra (re)começar e sobretudo: um lindo abre alas de um ano feito exclusivamente para que eu possa VIVER, com a plenitude que me for concedida temperada com a minha constância inconstante de ser eu mesma.

Romina Cácia

p.s. Perdão pelo egoísmo, hehe. São apenas sintomas do mês de outubro
p.s.2. Curiosidade inútil: tenho aniversariantes no orkut diariamente desde o dia 6 até o dia 31, no entanto, dia 15 não tem ninguém. Apesar de conhecer outras várias que sopram velinhas nesse dia, sinto-me tão dono do 15º dia.
p.s.3. Imagem roubada daqui:http://solsticiodeinvierno.blogspot.com/2007/11/october-project-october-project-october.html
p.s.4. A contagem regressiva já começou: faltam 9 dias...