Sim, eu inventei de tentar aprender francês e, ao contrário do que eu esperava, tem sido uma experiência apaixonante. Mas não é sobre isso que vamos conversar hoje. Esse é apenas um sinal de fumaça para avisar que o blog não foi abandonado. Tenho passado por um período um pouco confuso nos últimos meses e não tenho produzido ou pensado em coisas interessantes pra expor por aqui. Até pensei em abrir um parêntese e falar sobre o cotidiano já que a ficção anda me deixando na mão. Fiquei com o pé atrás, na verdade, continuo. É fato que o objetivo do blog no início era contar sobre o dia-a-dia no velho mundo, mas depois eu me rendi aos prazeres da vaidade literária. Daí que eu resolvi não ser mais um diário. Nada contra, leio vários e gosto muito. No entanto, não sei se vale a pena ficar falando pra todo mundo o que anda acontecendo no misterioso mundo rominicaciano. As portas estão sempre abertas, porém poucos se atrevem a ultrapassá-las. Por isso, por enquanto vou ficando naquele silêncio tagarela que ensurdece. Não é um ponto final, apenas reticências; agridoces intervalos até o próximo ato.
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Sobre o direito de ser sincera e não mecânica
Relutei, mas decidi que seria válido comentar. Se existe algo que me deixa puta da vida é quando alguém pergunta como você está sem interesse algum em saber a verdade. De repente você não tem mais o direito de ser sincera. Quer dizer, até pode se arriscar, agora se vai ser escutado é outra história.
Meu último companheiro de apto em VLC tinha esse defeito, sempre que nos esbarrávamos ele perguntava como ia tudo e eu algumas vezes inventei de querer responder algo além de "bem". Não importava se eu mandava um "... muito bem porque consegui um emprego em tal lugar" ou " ... confuso por conta do fim de um namoro"; a reação era a mesma: ele continuava o que estava fazendo e não se preocupava em ao menos fingir que escutava o que eu estava dizendo.
Não estou querendo que a partir de agora sejamos psicólogos de cada um que nos cerca, apenas peço o direito de ser sincera. Talvez por querer tanto isso de volta eu muitas vezes esqueça o protocolo do "Oi, tudo bem?". Não é apenas falta de jeito com rituais pré-moldados, porém respeito com quem converso. Quando pergunto estou realmente querendo saber como alguém está e disposta a querer escutá-lo. Sou programada para sentir e não apenas reproduzir scripts alheios.
|Romina Cácia|
sexta-feira, 17 de julho de 2009
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